sexta-feira, 28 de maio de 2010

Não foi a Sonae, será a Telefónica?

Quem acabará de vez com a aberração "desta" PT? É a pergunta que se impõe.

Mais uma OPA ameaça a PT, desta vez da espanhola Telefónica, aborrecida com a recusa da PT em vender a posição que detém sobre a brasileira Vivo. Será a PT uma coisa assim tão apetecível para a Telefónica? Aliás, no grande quadro global de negócios, será a PT assim tão apetecível para alguém que não seja o estado português e os seus amigos? Não sei. Mas o que motiva os espanhóis é outra coisa: se a PT não deixa os espanhóis avançarem sobre o - esse sim apetecível - mercado brasileiro, os espanhóis compram a PT e esperam assim resolver (eliminar) o problema.

Os "analistas" (como se chamam os tipos das análises) parecem divididos sobre a capacidade da PT em resistir a esta OPA. Eu não. Mas também não sou analista nem tenho recados de ninguém para "fazer passar".

Aliás, a suposta divisão dos "analistas" é apenas veiculada pelo Público, talvez com o fracasso da OPA da Sonae ainda na memória. O Diário de Noticias, talvez por ser mais amigo dos "amigos da PT", prefere apregoar a procura de um aliado poderoso para proteger a menina.

Mas mesmo na visão mais puritana - talvez até ingénua - do Público, onde se equaciona a possibilidade de quebrar a aberrante teia blindada que são os estatutos da PT, se encontram sinais do inevitável rumo da coisa.

Diz o Público no sub-título que «O peso dos accionistas portugueses na PT é "crucial" para o desfecho de uma OPA, já que a blindagem de estatutos, que limita em 10 por cento os direitos de voto, pode ser insuficiente para travar o negócio, consideram os analistas.» Ora, até poderia ser verdade se a questão fosse a dos "accionistas portugueses", mas os accionistas "portugueses" são, essencialmente, um grupo de "portugueses amigos da PT" que partilham a gestão da amiga com um outro amigo mais velho detentor duma Golden Share que, entre todos, criaram, defendem e adoram a blindagem. A Sonae também é portuguesa, o problema foi não ser amiga.

As tendências que marcam:

a) As fontes mais ligadas à ideia de que a OPA possa ser uma possibilidade, mesmo na versão idílica do Público, passam uma imagem pouco firme. Pedro Lino, que honestamente dá a cara, afirma que «O sucesso de qualquer OPA, hostil, ou não, depende do preço oferecido. Se for atractivo, é muito difícil a Portugal Telecom (PT) resistir sem a intervenção do Estado... são assim as leis de mercado.». Não me parece que as leis do mercado se possam confundir com a intervenção do estado. As leis da PT não são as leis do mercado: são as leis do estado, as leis dos "amigos da PT", as leis da blindagem, da Golden Share, as leis que nos (des)governam. Foram estas as leis que ditaram o falhanço da OPA da Sonae que, mesmo fraca e muito baseada em dívida, chegou para abanar a PT. Não se confunda uma coisa com a outra: com base nas leis do mercado, a portuguesa mas não amiga Sonae tinha comprado a PT.

b) Outros "analistas" cujas "análises" o Público também transmite, convenientemente anónimos, provavelmente amigos dos seus amigos e - evidentemente - também da amiga destes, lembram que «a OPA da Sonae foi chumbada sem o Estado usar a 'golden share'», como se a golden share precisasse de ser usada doutra forma que não apenas como fermento duma bela amizade. A golden share é, grosso modo, como a bomba atómica, uma arma de dissuasão que, podendo ser usada em circunstâcias extremas, serve sobretudo para manter os "amigos" debaixo de olho. Basta lembrar que ela existe para que o efeito funcione - o que já irritou a comissão europeia.

c) Fora a bandalheira e a batota resta, como acção honesta e pelas leis de mercado, o recurso a um aliado de peso - um novo "amigo". Esta é a visão que o Diário de Notícias apregoa. Necessáriamente será um amigo não português e já se fala mesmo no exponente Carlos Slim. Uma solução tão sensata quanto escolher as meias pela cor do cabelo: será o equivalente - na lógica dos amigos - a recusar vender Portugal a Espanha, para o entregar ao Méxic(o)ano. Se quiserem manter a dialectica da nacionalidade (e esquecendo a falta de coerência com a oferta da Sonae), terão de fazer algo de semelhante ao que fizeram para Pepe, Deco e Liedson, para manter a fraternidade num quadro nacional.

Mais tarde ou mais cedo, batotas e trafulhices não serão suficientes para adulterar a Razão. Os recursos - tal qual o dinheiro - não têm nacionalidade. O dinheiro - tal qual os recursos - não tem sustentação no vício, na desonra e no compadrio.

Não foi a Sonae. Pode não ser a Telefónica. Pode ser que seja de podre, na rua, num dia de tempestade...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Como poupar 1 700 MILHÕES Euros sem aumento de impostos

Recebido via e-mail, uma proposta para como poupar 1700 Milhões de Euros se aumento de impostos e sem cortes no investimento.

Sabendo que se podia e deveria até ir mais longe, aqui está pelo menos uma boa base de trabalho para gente séria. Vale a pena ler, sobretudo os anexos, que revelam informação de forma simples e reveladora do estado da corte. Aqui fica:

MAPA-RESUMO

MAPA-ESPECIFICADO


CONCLUSÕES/MANIFESTO

1 A necessidade de uma cobertura adicional de mil e setecentos milhões de euros seria perfeitamente dispensável se cada Ministério e demais Instituições Gerais do Estado, em cada 100 euros, poupar um euro e onze cêntimos aproximadamente;

1.1 Em anexo segue o mapa das àreas de Cada Grupo/Ministério onde se propõem os cortes orçamentais de 1,1% do "bolo" total;

2 Não foram mexidas as dotações orçamentais para a Saúde, ensino Secundário, Segurança Social e Cultura, tão pouco, não foi mexida a rubrica (50) dos investimentos do Plano em cada área MAPA-RESUMO;

3 As Autarquias Locais e as Regiões Autónomas mantêm totalmente as suas dotações orçamentais;

4 Pedir sacrifícios ao Povo (trabalhador) português mantendo incólume as despesas correntes da Administração Pública Central é injusto e viola o princípio constitucional do direito à igualdade, lato sensu;

5 Justifica-se pois que o Governo mude de atitude, mostre coragem, DÊ O EXEMPLO, e não aumente os impostos directos e indirectos;

6 Caso o Governo nada faça, está preparada uma petição a apresentar na Assembleia da República exigindo a alteração à lei do orçamento de Estado, em especial ao Mapa II ("Despesas dos Serviços Integrados, por Classificação Económica, especificadas por Capítulos"), lei publicada no Diário da República, 1.ª Série, N.º 82, de 28 de Abril de 2010;

7 Precisaremos, então, de 5.000 assinaturas para que esta petição dê seja discutida directamente no Plenário da Assembleia;

8 Cabe a ti, cidadão português, continuares "carneirinho", acenar o lenço ao Papa, e a engolir o que te colocam nos olhos (Benfica, Mundial de Futebol e Fátima), ou então mostrares que és homem e mulher de corpo inteiro, que se preocupa com o futuro
dos teus filhos e que pretende moralizar esta "bandalheira" das contas públicas do Estado;

9 Em especial quando serão sempre aos mesmos a pedir-se sacrifícios pelas asneiras que fazem com os impostos que pagamos, sustentando políticos (e clientelas) que não defendem Portugal, nem o seu Povo, muito menos as classes mais desfavorecidas.
10 Quem não tem dinheiro e não pode pedir emprestado, então que poupe até tê-lo. Isto é básico. Devia ser assim nas famílias, nas empresas e devia ser com o Estado!
11 Para que não acusem de apenas "deitar-abaixo", está aqui uma proposta concreta que calaria a União europeia e as agências de rating;

12 Mexe-te! Mostra que és patriota e QUE não estás conivente com com este estado de coisas. Ao menos uma vez na vida ganha coragem para resistir e reclamar. Não sejas covarde;

13 Circula este e-mail e seus anexos pelos teus amigos e conhecidos e pedes-lhe que façam o mesmo;

Não deixes que te levem a melhor outra vez!
Não pagues mais impostos injustos e injustificáveis!
Mostra que és português e não um mero tuga!
Não sejas outra vez "carne para canhão"!
Atreves-te?